sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cérebro humano artificial "pode ser construído em 10 anos", diz cientista

O Blue Brain Project (BBP) é um projeto científico internacional, financiado pelo governo suíço e doações de indivíduos, cujo objetivo é construir uma simulação computadorizada do cérebro de mamíferos

BBC Brasil

Um cérebro humano artificial pode ser construído dentro dos próximos 10 anos, segundo Henry Markram, um proeminente cientista sul-africano.

"Não é impossível construir um cérebro humano e podemos fazer isso em 10 anos", disse Markram, diretor do Blue Brain Project (BBP), à conferência acadêmica global TED na cidade de Oxford, na Inglaterra.


O BBP é um projeto científico internacional, financiado pelo governo suíço e doações de indivíduos, cujo objetivo é construir uma simulação computadorizada do cérebro de mamíferos.


Markram já construiu elementos do cérebro de um camundongo. A equipe do cientista se concentra especificamente na coluna neocortical, conhecida como neocortex.


10 mil laptops

O projeto atualmente tem um modelo de software de dezenas de milhares de neurônios, cada um deles diferente, que os ajudou a construir, artificialmente, uma coluna neocortical.


A equipe coloca os dados gerados pelos modelos junto com alguns algoritmos --uma sequência de instruções para solucionar um problema-- em um supercomputador.


"Você precisa de um laptop para fazer todos os cálculos para um neurônio", disse ele.

"Portanto você precisa de 10 mil laptops", afirmou.


Em vez disso, a equipe usa um supercomputador com 10 mil processadores.

As simulações já começaram a fornecer pistas aos pesquisadores sobre o funcionamento do cérebro. Elas podem, por exemplo, mostrar ao cérebro uma imagem, como uma flor, e seguir a atividade elétrica da máquina, ou seja, como é feita a representação da imagem.


"Você estimula o sistema e ele cria sua própria representação", disse ele.

O objetivo é extrair esta representação e projetá-la, permitindo que os pesquisadores vejam diretamente como o cérebro funciona.


Segundo Markram, além de ajudar na compreensão dos mecanismos do cérebro, o projeto pode oferecer novos caminhos para se entender os problemas mentais.


"Cerca de dois bilhões de pessoas no planeta sofrem de distúrbios mentais", disse o cientista, reforçando os benefícios em potencial do projeto.


Fonte : Portal Ciência&vida

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