terça-feira, 6 de outubro de 2009

luta contra o pk

O sofrimento começou muito tempo antes de se descobrir a doença. Por quatro anos, a aposentada Maria Teófila Rodrigues cuidou do marido, Osmar Otto Rodrigues, como se ele estivesse com uma séria depressão. Mas o tempo passou, e não havia sinais de melhora. Em dúvida, buscou outros profissionais até o diagnóstico final.

– Descobriram que era doença de Parkinson. Levamos um choque violento. Mal podíamos acreditar. Até hoje tenho dificuldades em aceitar a realidade. Para mim, que estou sempre com ele, é muito difícil – relata Maria.

O Parkinson não tem cura e, pouco a pouco, vai deixando o paciente totalmente dependente, levando à exaustão os mais próximos. Diante do diagnóstico avassalador, a família precisou da ajuda de uma psicóloga para se preparar para os anos de muito trabalho que viriam pela frente.

Os cuidados demandam a atenção de vários profissionais: fisioterapeutas, fonoaudiólogos e cuidadores, além dos remédios. Para não ver os gastos destruindo os laços familiares, Maria procurou os dois filhos e as duas noras para conversar e tomar decisões. Cada um ajuda como pode.

Os filhos visitam, pelo menos, quatro vezes por semana. Ajudam Osmar a tomar banho, se vestir e se alimentar.

– Mesmo quando o tempo é curto, a presença deles é muito importante. Isso é essencial em uma doença que tem abalos físicos e psicológicos muito fortes – conta Maria.

A receita da família Rodrigues
CONVERSAR E CONVIVER
> Os familiares precisam conversar e trocar ideias. Almoçar juntos, passear aos domingos ou ir às consultas ao médico são boas formas de convivência. As pessoas ficam mais íntimas e entendem melhor as dificuldades umas das outras. Mas tenha cuidado para não fazer do contato intenso um motivo de estresse e desgaste. Cada um precisa ter sua própria vida.
DESCANSAR À NOITE
> Passar o dia cuidando de um doente é uma tarefa muito difícil. Se possível, contrate alguém para tomar conta do paciente à noite para que a família possa descansar e acordar renovada para mais um dia. Por mais que haja amor entre os parentes, descansar é essencial.
TORNAR O LAR AGRADÁVEL
> É muito importante que o doente se sinta à vontade e não encontre obstáculos. Estruture a casa conforme as necessidades. Para quem tem dificuldades de locomoção, o ideal são ambientes planos, sem degraus, e com barras de apoio. Se possível, adapte um quarto com banheiro para os enfermeiros terem um local apropriado para se trocar ou descansar.

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